Para quem não aceita tudo que vê na TV!

terça-feira, 31 de julho de 2007

Welcome to Midiatrix



A gente se vê por aqui!!!

terça-feira, 24 de julho de 2007

Vaias, Vaias, Vaias

Mal havia começado os jogos Pan-americanos e brasileiro já estava vaiando. Vaiou o presidente da república, a delegação estadunidense, até os venezuelanos levaram algumas vaias naquela tarde tão particular para nós. Os jogos começaram e quanto mais forte era o oponente, mais alta era a vaia. Não sobrou para ninguém, vaiamos Cuba, Canadá, e claro a Argentina. Aplausos apenas para o Brasil. No entanto, não faltaram gritos de alegria ao ver a cubana se esborrachar no chão durante as apresentações da ginástica artística.

O brasileiro é reconhecido tanto por sua paixão, quanto por sua cordialidade, mas será que somos tão cordiais assim? Será que quando o assunto é o interesse particular, deixamos de lado a fraternidade e partimos para o “vale-tudo”? Conhecemos bem a prática do “vale-tudo” de um Brasil, onde o desrespeito é fundamento e a impunidade é regra. Na vaia, orquestrada ou espontânea, o objetivo é desconcertar, instigar a derrota alheia e conseguir tirar uma vantagem, por menor que seja. Não importa ser o mais rápido, ou o mais forte, o importante é ganhar. Para vestir-se de ouro no Brasil, todo esporte é “vale-tudo”.

Brasileiro mostra não quer só PAN, quer circo também...
Mas até agora, só vieram os palhaços!

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Somos a Paisagem

“Será que devemos culpar a janela pela paisagem?” Esta foi a indagação do jornalista da TV Bandeirantes, quando rebatia a crítica do presidente Lula ao afirmar que a mídia e os brasileiros só sabem falar mal do país no exterior. Não deixa de ser verdade que o brasileiro culturalmente criou o hábito de falar mal do país e reclamar do governo com relação a tudo. Ao criticar o governo e sua atuação corrupta e ineficiente, o cidadão ainda enxerga os problemas nacionais como estivesse longe de sua realidade. Possivelmente esta tradição seja uma herança dos tempos de Brasil Colônia em que a metrópole assumia um papel autoritário e meramente extrativista para com seu povo. O fato de não ter havido em nossa história uma grande ruptura com a metrópole, fez com que os vícios que separam o povo do poder estatal continuem presente em nossa vida cotidiana.

Não é tanto da mídia a culpa da visão negativa do país, como pressupõe o presidente Lula, mas do próprio povo que aceita tudo que é mostrado na TV de forma pacífica. Aceitamos a crítica porque para nós (brasileiros), o estado democrático é como um padrasto, uma espécie de pai ilegítimo na qual fomos forçados a aceitar. Se legitimado fosse, respeitaríamos e teríamos vergonha de falar mal, da mesma forma como uma mãe não fala mal do seu filho, mesmo quando este tem problemas evidentes. Numa análise mais pessimista, talvez o brasileiro não esteja preparado para uma instância tão democrática quanto à imprensa, que sem dúvidas tem sua liberdade cerceada com influência de natureza política e econômica, mas que, assim como todos os poderes de uma república, pressupõe vigilância e cobrança da sociedade.

sábado, 9 de junho de 2007

Com essa Mídia... Chávez vai Longe...

A Mídia freqüentemente atua como dramaturga da realidade. As personalidades quando viram notícia são vistas como personagens– até mesmo quando ditas no jargão jornalístico. Não muito diferente de uma novela, a estes personagens são atribuídos características que lhe proporcionaram ora condição de "vilão", ora de "herói". O vilão, sempre é uma figura pública qualquer - pode ser um esportista ou um artista, mas a classe política ainda é um alvo automático dos jornalistas. A bola da vez é o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

Toda a vez que a Mídia tenta erguer a bandeira da democracia mostra-se frágil, embarcando num discurso banal e pretensioso. O exemplo mais recente trata do fechamento da RCTV, rede de TV mais popular da Venezuela na qual o presidente Hugo Chávez negou renovar a concessão. A Mídia é uma instância democrática por excelência e não cabe a ela advogar a favor da democracia. Porém, os meios de comunicação não conseguem disfarçar o medo que uma onda autoritária e popular possa dominar a América do Sul e acabe chegando no Brasil. Ingenuamente, a grande exposição dada ao presidente venezuelano acaba dando lhe força, tornando-o a cada vez mais presente em nosso cotidiano. "O Globo" já se apresentou como pivô desta crítica aberta a Chavéz. Procura despontar o papel de "heroína da democracia" contra a "tirania chavinista", e a novela continua...

A Mídia ainda não entendeu que não existe publicidade ruim e que ela tem grande responsabilidade quando elabora sua pauta. Os terroristas já sacaram como destruir o ocidente usando a mídia para disseminar o medo. É uma pena que o nosso Senado insiste em embarcar no discurso da Mídia. Por falta de personalidade ou algo mais, o fato é que o senado brasileiro ao se intrometer na política interna venezuelana, dá a Chávez a munição que precisa para atacar nossa instituição. A Globo, por sua vez, está entrando que nem patinha no jogo de carisma Chávez. Espero que a mídia volte a fazer seu trabalho sem medo de conspiração antidemocrática. A própria mídia quem sai ganhando.A pergunta que deixo no ar é a seguinte: Será que foram tais práticas em “defesa da democracia” que causaram o enfraquecimento da RCTV?

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Alguém viu o Parlamento do Mercosul?

Trago hoje uma charada. Será que alguém pode me explicar porque os grandes veículos de mídia do país, simplesmente ignoraram a criação do Parlamento do Mercosul?

Para quem não está sabendo, tratasse de um marco histórico para a consolidação do Mercosul. Situado em Montevidel, o parlamento terá representantes de todos os países membros do Mercosul. As primeiras reuniões já aconteceram em neste mês e participaram senadores e representantes do executivo, incluindo o ministro das Relações Exteriores Celso Amorim.

O que há de mais significativo neste fato é que nas eleições de 2010, o povo brasileiro vai eleger os representantes a compor a bancada brasileira do novo parlamento latino-americano. Muito atípico que hoje, mesmo com uma total falta de assunto a tratar, o parlamento do mercosul tenha ficado de fora da cobertura da mídia.

Veja que no Google News (ferramenta de busca por notícia do google) que apenas as agências de notícias estatais e os pequenos, MS noticias, Agora MS e Midiamax que tocaram no assunto.

Por que a mídia escolheu não tratar do assunto? Ninguém vai me convencer este assunto não é importante. Se alguém tiver a imaginação para dar o primeiro chute ganha um doce.

O "Papa Show"

Não sabia que a mídia brasileira tinha religião, mas ficou evidente na visita do papa Bento XVI que, a mídia pediu benção ao pontífice antes do encerramento das edições. Passamos por uma semana discutindo as declarações e as possíveis declarações do líder da igreja católica. Qual é o assunto do dia? Promiscuidade ou Aborto? Foi uma dolorosa semana de declarações recicladas, de retóricas do tempo da vovó tratadas como “matéria quente”.

À vontade com a recepção calorosa, o papa sentiu-se no dever de propor o ensino religioso obrigatório nas escolas brasileiras. O presidente lembrou ao papa que o esforço na democracia é manter o estado laico que respeite a diversidade de credo do país. Neste curto período de hegemonia católica na mídia, as palavras do presidente destoavam das demais manchetes dos jornais. A mídia fez uma bagunça e confundiu informação com devoção. Tratou a visita do papa com a mesma parcialidade que usualmente cobre uma Copa do Mundo ou o Carnaval. O papa, aos olhos da imprensa, virou paixão nacional, mas a imparcialidade perdeu seu maior fiel.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Um chiclete difícil de engolir

Parece mesmo chiclete. O tema volta e meia retorna ao cenário político e midiático sempre acompanhado de uma certa urgência. Quem observa a questão da "Redução da Maioridade Penal", sempre levantada num ambiente sujeito à momento de comoção, pode achar que este é assunto vital para a maior eficiência do nosso código penal. Porém, ao contrário de anos anteriores, hoje há um consenso entre as partes que reconhece que reduzir a maioridade penal, não resultará a redução da criminalidade. Mas se não vai reduzir, por qual razão insiste-se em discutir esse tema?

Acompanhei pela TV Senado a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) para tratar do assunto e percebi o quão prematuro são tratadas as leis penais no país. Todos os senadores, com raras exceções, sentiam-se a vontade a julgar qual idade uma pessoa poderia responder sobre os seus atos, como o argumento que com a idade de dezesseis, já se teria discernimento do que é certo, e o que é errado. A questão está sendo olhada por um ângulo simplista e equivocado. Não é somente a culpabilidade moral do adolescente que está em jogo.

É comum entenderem a questão da pena com o principio da retratação e do preço à pagar por um mal feito, um sentimento muito próximo da mera vingança. A ótica predominante aos defensores da redução da idade penal é que os crimes devem ser responsabilizados, e não necessariamente evitados. Para funcionar, a pena deve comportar um caracter pedagógico, no intuito mostrar que o crime não compensa eliminando as justificativas que levam pessoas a cometerem tais atos. Cedo ou tarde, homens e mulheres que hoje encontram-se em penitenciarias, retornarão à sociedade, e se não ressociabilizados, possivelmente voltarão a roubar e a matar. Porém, desta vez terão a certeza que apenas o crime lhe restam - o estado se posicionou, escolheu manter-los excluídos à dar lhes oportunidades.

As instituições sócio-educativas, apesar de em diversas situações parecerem mais cadeia para adolescentes, em geral funcionam melhor do que as penitenciárias nacionais. Índices mostram que o número de reincidência nestas casas de recuperação são menores que as dos presídios. Então, por que reduzir a maioridade penal? Se é por que jovens são responsáveis pelos seus atos, então por que somente para crimes hediondos? Não seria incoerente dizer que ao roubar o jovem não sabe o que faz, e ao matar ele sabe? As propostas de leis para serem valorizadas devem ser bem fundamentadas e compreendidas. A incoerência das sugestões apresentadas faz com que o tema seja passado a diante até que outro caso de violência envolvendo menor ganhe a mídia e choque a sociedade. Por sorte estamos caindo na real e repudiando cada vez mais leis milagrosas e casuístas. Falta nossos representantes fazerem o mesmo.