Não sabia que a mídia brasileira tinha religião, mas ficou evidente na visita do papa Bento XVI que, a mídia pediu benção ao pontífice antes do encerramento das edições. Passamos por uma semana discutindo as declarações e as possíveis declarações do líder da igreja católica. Qual é o assunto do dia? Promiscuidade ou Aborto? Foi uma dolorosa semana de declarações recicladas, de retóricas do tempo da vovó tratadas como “matéria quente”.
À vontade com a recepção calorosa, o papa sentiu-se no dever de propor o ensino religioso obrigatório nas escolas brasileiras. O presidente lembrou ao papa que o esforço na democracia é manter o estado laico que respeite a diversidade de credo do país. Neste curto período de hegemonia católica na mídia, as palavras do presidente destoavam das demais manchetes dos jornais. A mídia fez uma bagunça e confundiu informação com devoção. Tratou a visita do papa com a mesma parcialidade que usualmente cobre uma Copa do Mundo ou o Carnaval. O papa, aos olhos da imprensa, virou paixão nacional, mas a imparcialidade perdeu seu maior fiel.
Um comentário:
Bruno, agradeço seu carinho e sua educação. Obrigado pela visita ao blog Desabafo País. Também passo diariamente na Mída para quem precisa, gosto pela forma como é abortado os assuntos. Com carinho, Daniel.
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