A Mídia freqüentemente atua como dramaturga da realidade. As personalidades quando viram notícia são vistas como personagens– até mesmo quando ditas no jargão jornalístico. Não muito diferente de uma novela, a estes personagens são atribuídos características que lhe proporcionaram ora condição de "vilão", ora de "herói". O vilão, sempre é uma figura pública qualquer - pode ser um esportista ou um artista, mas a classe política ainda é um alvo automático dos jornalistas. A bola da vez é o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
Toda a vez que a Mídia tenta erguer a bandeira da democracia mostra-se frágil, embarcando num discurso banal e pretensioso. O exemplo mais recente trata do fechamento da RCTV, rede de TV mais popular da Venezuela na qual o presidente Hugo Chávez negou renovar a concessão. A Mídia é uma instância democrática por excelência e não cabe a ela advogar a favor da democracia. Porém, os meios de comunicação não conseguem disfarçar o medo que uma onda autoritária e popular possa dominar a América do Sul e acabe chegando no Brasil. Ingenuamente, a grande exposição dada ao presidente venezuelano acaba dando lhe força, tornando-o a cada vez mais presente em nosso cotidiano. "O Globo" já se apresentou como pivô desta crítica aberta a Chavéz. Procura despontar o papel de "heroína da democracia" contra a "tirania chavinista", e a novela continua...
A Mídia ainda não entendeu que não existe publicidade ruim e que ela tem grande responsabilidade quando elabora sua pauta. Os terroristas já sacaram como destruir o ocidente usando a mídia para disseminar o medo. É uma pena que o nosso Senado insiste em embarcar no discurso da Mídia. Por falta de personalidade ou algo mais, o fato é que o senado brasileiro ao se intrometer na política interna venezuelana, dá a Chávez a munição que precisa para atacar nossa instituição. A Globo, por sua vez, está entrando que nem patinha no jogo de carisma Chávez. Espero que a mídia volte a fazer seu trabalho sem medo de conspiração antidemocrática. A própria mídia quem sai ganhando.A pergunta que deixo no ar é a seguinte: Será que foram tais práticas em “defesa da democracia” que causaram o enfraquecimento da RCTV?
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